BANDEIRANTES – Na última terça-feira (30), a Prefeitura Municipal participou de uma importante reunião no Assentamento Nova Bandeirantes para tratar da crise hídrica que atinge a região. O encontro reuniu cerca de 40 famílias locais e contou com a presença do prefeito, dos secretários de Meio Ambiente e Agricultura, representante da Câmara Municipal, do INCRA, SAAE, UENP e IDR-Paraná. O objetivo foi ouvir a comunidade, esclarecer dúvidas e alinhar estratégias para enfrentar o desafio da escassez de água.

Durante a reunião, especialistas reforçaram que a queda do nível dos lençóis freáticos é uma realidade preocupante. Em Bandeirantes, por exemplo, cinco poços já demandam ajustes técnicos para que suas bombas alcancem novas camadas de água. O diretor do SAAE alertou que ações emergenciais, como o uso de caminhões-pipa ou até a perfuração de novos poços, podem aliviar temporariamente a situação, mas não resolvem a crise a longo prazo.

A UENP apresentou o projeto “Restaurando Vidas”, resultado de pesquisas iniciadas em 2024 no próprio assentamento. O programa prevê a restauração de áreas degradadas, a implantação de práticas de educação climática voltadas às futuras gerações e o reflorestamento de trechos estratégicos, com o cercamento de 4 mil metros lineares. O projeto ainda contempla a destinação de equipamentos de informática e um veículo para apoiar as ações de campo.

Entre os deveres apresentados à comunidade, destacaram-se a adoção de práticas sustentáveis para retenção de água, como curvas de nível, caixas de contenção e o cuidado com as matas ciliares. Representantes do IDR lembraram que cada família deve colaborar nesse processo, seja preservando nascentes ou adotando pequenas medidas que, somadas, fortalecem a resiliência hídrica da região.

Outro ponto abordado foi a oportunidade de aproveitar editais que estão por abrir, como o da Itaipu Binacional, para captar recursos e viabilizar novos projetos de infraestrutura e sustentabilidade. Por fim, a reunião também esclareceu dúvidas relacionadas à titularização das terras, trazendo mais segurança jurídica às famílias assentadas.

O encontro foi encerrado em clima positivo. Além de ouvir as demandas da população, os participantes saíram com a convicção de que cada setor – poder público, instituições de ensino, entidades parceiras e agricultores – tem papel fundamental na construção de soluções duradouras para o enfrentamento da crise hídrica.

 

Redação: Talitha Dalacosta e Róger D. T. Demétrio.

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